Mesada, um gesto de amor!
Dificilmente as famílias conversam sobre dinheiro, sobre suas finanças, infelizmente ainda é um tabu. Já se conversa na mesa sobre drogas e sexo, mas sobre dinheiro, educação financeira, é muito difícil acontecer. E eu estou falando de conversa, não em brigas por causa das despesas familiares.
E a polêmica é maior quando se trata de educação financeira na infância, muitos pais acreditam que devem controlar tudo o que os filhos gastam, outros acham que dinheiro não é assunto para criança e as escolas não oferecem educação financeira (estou falando de educação financeira e não em matemática financeira, que são diferentes).
A melhor forma de introduzir as crianças no mundo das finanças é através da mesada. Com ela, os pequenos, começam a aprender sobre dinheiro desde cedo.
Sei que existe uma dúvida muito grande com qual idade deve ser introduzida a mesada na vida da criança, mas não existe certo ou errado, apenas um bom senso. Mas com certeza, a partir dos 8 anos de idade a criança já entende melhor sobre dinheiro. Mas nada impede de se introduzir a mesada antes dos 8 anos, como falei antes, vai depender do bom senso dos pais.
Quero lembrar que a criança se espelha no comportamento dos pais para tudo, e com o dinheiro não é diferente, portanto se você deseja que seu filho possua controle do orçamento dele, que o pequeno se planeje para realizar sonhos e que a criança tenha o hábito de poupar, é bom que você, também, possua bons hábitos com relação ao dinheiro, pois assim esse processo de educação financeira ficará mais fácil.
Não queira cobrar da criança que a mesada dela dure até o próximo pagamento, se você não faz isso com o seu salário. (As crianças observam tudo e copiam também)
Para você que ainda não dá a mesada, o primeiro passo é definir o valor da mesma. Eu aconselho que durante um mês, sem que a criança saiba, anote toda quantia que a criança precisar, incluindo lanches da escola, passeios, compra de jogos e outras coisas.
Descobrindo o total, chame o pequeno para uma conversa e diga para ele que chegou a hora dele controlar o próprio dinheiro, e por isso ele irá receber uma mesada. O valor deve ser a metade do que foi dado para ele ao longo do mês anterior. Durante a conversa explique que ele deverá se organizar para que o dinheiro não acabe antes de receber a outra mesada, porque você não dará nenhum valor a mais caso ele acabe com a mesada toda antes da hora.
Pode parecer muito duro, mas isso é necessário para que a criança aprenda a se planejar. Afinal quando a criança se tornar um adulto é essa a realidade.
Também é muito importante que você estimule o seu filho a sonhar, a ter objetivos financeiros. Peça para a criança relacionar 3 sonhos que ela tenha: 1 sonho de curto prazo (até 3 meses), um de médio prazo (até 6 meses) e outro de longo prazo (superior a 6 meses). Com esses 3 sonhos, o pequeno aprende a ser menos imediatista e que é preciso poupar para realizar seus objetivos. Isso evita que se torne um adulto que recorra a empréstimos e parcelamentos para comprar algum produto.
Você também deve falar a respeito dos outros 50% da mesada dele, falando que ele é um excelente filho, e que, por esse motivo, você vai ajudá-lo a realizar seus objetivos fazendo uma poupança para ele colocando o mesmo valor da mesada.
Você pode perguntar: “E se eu tiver mais de um filho? Como faço? ”. Para cada filho, o valor da mesada e a conversa devem ser feitas individualmente, adequada a realidade de cada filho.
Mais um alerta, o valor da mesada não deve ser associado ao desempenho escolar. Independente das notas, ele deve sempre receber a mesada. Pois a criança não pode deduzir que só precisam estudar para receber o dinheiro no final do mês.
Com certeza você se preocupa que seu filho receba uma educação formal de qualidade, quer que ele estude nas melhores escolas, escolha uma profissão que seja bem remunerada. Mas falta a preocupação com a educação financeira, e uma das formas de educar a criança financeiramente é dando uma mesada para ela. Como diria o saudoso Içami Tiba: “Quem ama Educa! ”.
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