Um grave problema enfrentado pelas empresas do Brasil é que grande parte dos seus colaboradores estão endividados. E isso é um grande problema para as empresas, pois a pessoa fica desmotivada, o que leva ao aumento de faltas, diminuição da produtividade, dentre outros problemas que têm reflexo direto na rentabilidade das empresas.
É importante mostrar como os colaboradores podem planejar sua vida financeira para realizar objetivos, dentre estes, o da aposentadoria. A aposentadoria é uma conquista que deve ser feita no cotidiano, pois, infelizmente, se a pessoa depender apenas do INSS, ela terá uma triste surpresa, pois seus rendimentos cairão drasticamente, e o caminho será dívidas, mudança do padrão de vida ou continuar forçosamente à trabalhar.
Muitas empresas fazem convênios com farmácias, supermercados, postos de gasolina etc. pensando que está dando um benefício para seus colaboradores, mas na realidade estão contribuindo para os funcionários ficarem endividados e reclamando que receberam pouco dinheiro no fim do mês. Pois estes benefícios são uma espécie de adiantamento do salário. Portanto as empresas estão contribuindo para diminuir a produtividade dos funcionários.
No entanto, esquecem de um fator fundamental para o equilíbrio psicológico de seus profissionais: a saúde financeira. Inegavelmente, ela é essencial para o bem-estar das famílias e, naturalmente, é um aspecto importante na produtividade das empresas. Diversos estudos comprovam tal afirmação. O professor E. Thomas Garman, da Virginia Tech University, nos Estados Unidos, vem desenvolvendo estudos nesse sentido e mostrando a importância do equilíbrio financeiro dos funcionários na produtividade das empresas. Suas pesquisas mostram que empregados com problemas financeiros são os que apresentam maiores índices de faltas e atrasos. Além disso, utilizam seu tempo (e recursos da empresa) para buscar soluções para os seus problemas de dinheiro.
Com a participação das áreas de Recursos Humanos e Treinamento é possível tratar o problema de maneira comportamental e combatendo a causa (falta de educação financeira) e não o efeito (falta de dinheiro e dívidas). Educar financeiramente significa entender que educação financeira não se trata de matemática e macro economia, mas de hábitos e costumes, isto é, mudança de comportamento de como enxergamos e lidamos com o dinheiro.
Veja algumas dicas para as empresas iniciarem um programa de educação financeira:
1 – Programa de educação financeira para empresas não se resume a palestra de finanças pessoais, ou cursos de investimentos;
2 – Educação financeira deve ser tratada como responsabilidade social na empresa, devendo, assim, beneficiar funcionários, familiares, comunidade e empresa.
3 – Adote critérios e oriente o funcionário antes de disponibilizar crédito consignado. É importante que o empréstimo seja consciente, que realmente vá ajudá-lo a solucionar o problema que o atormenta. Muitas vezes é um alívio imediato, mas que em poucos meses se torna um problema ainda maior, principalmente porque seus ganhos líquidos mensais serão reduzidos em aproximadamente 30%.
4 – Procure um programa estruturado de educação financeira, que possa se adequar facilmente aos diferentes perfis de necessidade da empresa e dos funcionários.
5 – Crie campanhas de conscientização e de mudança de hábitos e costumes em relação à utilização do dinheiro.
6 – Antes de decidir por um programa de educação financeira, analise toda sua estrutura, como tempo, método, material de apoio e disponibilidade dos funcionários.
7 – A educação financeira independe do salário do colaborador, os problemas podem ocorrer até mesmo nos maiores salários da empresa.
8 – O problema da falta de educação financeira já está intrínseco em nossa sociedade, assim sendo, não é culpa do trabalhador.
9 – A empresa que investe em um programa de educação financeira também ganha, visto que seus colaboradores trabalham com mais prazer, mais tranqüilidade e buscando crescimento, pois retomam a consciência de ter objetivos.
10 – Oriente funcionários a combaterem a causa do problema financeiro e não apenas os efeitos.